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Comissão da Verdade ouve o ex- presidente da UNE Aldo Arantes


Foto: Sal Freire

A Comissão Estadual da Verdade Chaguinha realizou na tarde de quinta-feira, 8, na Escola de Administração do Amapá (EAP), a 18ª oitivia com o ex- presidente da União Nacional dos Estudantes e membro da Comissão de Mobilização de Reforma Política da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Aldo Arantes. Ele é um dos resistentes que defenderam os princípios de liberdade e democracia contra a ditadura militar, que se instaurou no Brasil no período de 1964 a 1985. Durante seu depoimento, Arantes relatou as torturas sofridas, e também, como isso interferiu na vida de seus filhos. Segundo ele, os militares que o torturavam chegaram a procurar a sua ex-mulher, pressionando-a para que se entregasse. "Nesse dia, eles foram contando todas as torturas que faziam comigo. Minha filha, de apenas sete anos, que havia se escondido em baixo da mesa, por medo, ouviu tudo e isso a traumatizou por muito tempo em sua vida", relatou emocionado. Aldo falou, também, sobre o trabalho das comissões pelo Brasil, em busca de fragmentos para entender melhor a verdadeira história do país "Não se trata de um revanchismo, e sim da reparação às milhares de famílias que tiveram seus parentes torturados, mortos e desaparecidos. Pais, mães, tios, tias, avós, todos têm o direito de saber onde foram parar seus entes queridos para que, assim, fiquem em paz", destacou. Quando indagado pela plateia sobre a Lei da Anistia n° 6.683, Arantes disse que ela precisa ser revista, pois as pessoas que cometeram crimes bárbaros no período da ditadura civil-militar não podem ficar impunes. "O fato de eles estarem livres e soltos, por aí, é como se estivessem se autoinocentando, e isso é o que não podemos aceitar", disse. Em resposta à segunda pergunta da plateia, referente à morte do coronel Malhães, primeiro militar que revelou em público detalhes da "Casa da Morte", local onde as pessoas eram assassinadas, no período militar, Aldo Arantes disse que o assassinato do coronel foi uma forma de intimidar os trabalhos da comissão. "Antes de morrer, Malhães afirmou que não adianta procuramos pelos corpos, pois não serão encontrados referindo-se a "ação de limpeza". E, eu acredito que ele ainda iria falar muito mais coisas. Até por que muitos torturados ainda não foram identificados e o assassinato deste coronel, em minha opinião, foi uma forma de tentar frear os trabalhos da Comissão da Verdade", relatou. A oitiva com Aldo Arantes teve a duração de cerca de uma hora. Assim como os demais relatos à Comissão Estadual da Verdade, o depoimento de Arantes será incluído no Relatório Final da Comissão Chaguinha, que será entregue à Comissão Nacional da Verdade. Ascom/Comissão Estadual da Verdade Chaguinha Leidiane Lamarão  

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